Seis bilhões de pessoas no mundo e todas são física e psicologicamente diferentes umas das outras. E tanta gente assim só podia dar em briga. Mas briga talvez seja motivo para um outro texto. Uma pessoa veio desesperada me dizendo que nunca vai achar a tampa da sua panela. Para que esse desespero? Será que é porque há tanta gente assim nesse planeta que fica ruim de escolher?
No início não consegui fazer a pessoa relaxar. Daí, tive uma idéia fenomenal, então perguntei de cara: “Fulana, você já decidiu se gosta de homens ou mulheres ou dos dois ao mesmo tempo?”. Ela nem pensou muito e ainda bem que não tive muitas surpresas quando ela me respondeu que gostava só de homens. Pois bem, ela já havia reduzido automaticamente 50% das possibilidades restantes. Dei a ela os parabéns e parti para a segunda pergunta: “Fulana, você tem vontade de ir morar fora do Brasil”. Mais uma vez ela foi incisiva e refutou essa hipótese. Dei novamente os parabéns e falei para ela que sua chance de achar alguém aumentou drasticamente. Vi uma inclinação leve em forma de sorriso no seu rosto. Notifiquei-a de que seu grupo de ação é de quase 85 milhões de brasileiros. Enxuguei uma lagrima de seu rosto e fiz a terceira pergunta: “Minha filha, você acha que vai ter sair do Piauí por motivos de saúde, educacionais ou profissionais pelos próximos 10 anos?”. Prontamente ela me disse um grande não. Então dei a ela a grande noticia: “Fulaninha, tem 1 milhão e meio de homens no Piauí!”. Ela compreendeu o raciocínio inicial e quase deu um salto de alegria. Ajudei a contabilizar que dentro dessas contas encontram-se idosos, crianças e os casados. Fulana, que de besta não tem nada, não excluiu totalmente os casados e chegamos à incrível cifra de 400mil candidatos. Ainda complementei que há os considerados, feios, lisos, imbecis e coisas do tipo. Vi um sorriso largo em seu rosto quando eu afirmei com certeza de que sua tampa definitivamente estava aqui no Piauí e que ela começasse a procurar bem direitinho. Ela foi embora satisfeita, como se eu tivesse sido o Freud em pessoa a entrevistá-la no seu consultório. Queira Deus que eu não tenha transformado uma outra “Sandy” em mais uma devassa.
Depois, pensei comigo mesmo: “Mulheres realmente são seres diferentes, não precisam ouvir muito para serem felizes”. Ela já estava agindo no campo calculado desde que começou a pegar os menininhos do colégio. Bastou fazer as contas para ela realmente saber no que estava se metendo. O bom ouvinte e o bom falante têm de saber quando parar de falar para evitar começar a ouvir demais e vice-versa. Achei melhor não avisá-la de que algumas pessoas são como “cumbucas” de barro, tampas, jamais.